por Hugo Pontes*
O experimentalismo poético, no Brasil, não estacionou no Concretismo, pois as experiências continuaram até os dias de hoje com resultados surpreendentes. A partir de 1970 os poetas visuais surgem promovendo as suas primeiras exposições e publicações alternativas. Com o tempo, novos integrantes aderem ao poema visual e cada um manifesta a sua arte, utilizando-se de recursos variados: xerografia, holografia, vídeo, cartazes impressos, laser, cartões postais, selos e a digitalização computadorizada.
Tudo isso para que o poema visual valorize a imagem como entidade universal. A palavra, no caso, é muito bem explorada e colocada, compondo um todo harmônico capaz de permitir ao “vleitor” - aquele que lê e vê ou só vê - uma infinidade de leituras, de acordo com o nível do seu conhecimento, experiência de mundo, cultura e escolaridade.
O poema visual, no Brasil, encontrou eco em algumas publicações, principalmente as alternativas. Entretanto a partir de 1996, com a Internet, os visuais ganharam espaço e hoje ocupam uma parcela significativa na difusão dos poetas visuais e seus trabalhos.
Destacamos os estados onde estão localizados os núcleos dessa manifestação: Alagoas, Bahia, Brasília, Ceará, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo.
E entre os vários nomes que sobressaem está o de Tchello d’Barros, poeta visual cuja obra ganha dimensão na atualidade com seus poemas plenamente realizados, dentro de uma proposta visual que prima pela qualidade, remetendo para o observador o desafio que instiga uma interpretação não-linear e de caráter universal.
Para tanto é importante que sejam observados nesta mostra, denominada CONVERGÊNCIAS, poemas como: A Tei@, Preconceito, Arrobada, Me Dê Cifra, Face Fácil e os outros trabalhos que - com muito humor - nos trazem mensagens de caráter crítico, social, político e econômico sobre os diversos ângulos do nosso cotidiano.
*Hugo Pontes - Professor, poeta e jornalista.
Poços de Caldas/MG - Outubro 2009
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